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BRAZA

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Cidade/EstadoRio de Janeiro / RJ
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Pedro Pedreiro Parou De Esperar

Composição: Danilo Cutrim, Nicolas Christ, Vitor Isensee.
Eu andei sem nada pelo mundo Eu dependi da classe mais pobre dos mais pobres Que vencedor que nada, eu não 'to aqui pra competir Quem é que disse que a vida é uma competição? Aí compete marido com mulher, vizinho com vizinho Irmão com irmão, colega com colega E nessa sociedade competitiva A minha derrota é a minha vitória Nasci pobre, favelado, sem recato e sem madrinha Vi meu pai estuprar minha mãe, muito doido de farinha Logo cedo fui pro mundo, assaltar, catar latinha Tinha sangue nos meus olhos porque a raiva me convinha Cresci na rua e vi a crua crueldade do animal De cimento fiz a cama e de grades meu varal Desprovido e excluído no sentido literal Menos apto segundo o darwinista social Aos vinte veio a sorte num abrigo milagreiro Onde aprendi as letras e o ofício de pedreiro Acordava ainda escuro, no flagelo por dinheiro Não esperava do futuro o alívio derradeiro Construí um shopping onde eu nunca passeei Prédios e escolas onde eu nunca estudei Ao lado de Mariléia eu formei uma família E o amor que nunca tive, vi nos olhos da minha filha No mar competitivo meu lar era uma ilha Até que um dia o infortúnio cruzou a minha trilha Canelas pretas e blindados invadindo a favela Gritaria, moto-taxis, confronto na viela Um senhor de braços fortes como um escravo de benguela Agonizava nos meus braços, alvejado na costela Toda a minha vida e o que vira até então Fez sentido nas palavras desse velho ancião Vítimas e algozes, todos somos, todos são Nas metrópoles em chamas, irmão contra irmão Não espero mais a morte, nem o norte nem o trem Eu me chamo Pedro, e você sou eu também

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